José Botelho de Carvalho Araújo nasceu, por acidente, no Porto, a 18 de Maio de 1881. Seus pais, José de Carvalho Araújo e Margarida Botelho de Araújo tinham-se deslocado à cidade invicta para visitarem a sua avó materna que se encontrava doente e foi ali, na Freguesia de S. Nicolau, junto à Ribeira, que Carvalho Araújo abriu os olhos pela primeira vez. Trinta e sete anos depois viria a fechá-los para toda a eternidade, no mar.
Apesar de ter nascido no Porto, a sua família, tanto paterna como materna era natural de Vila Real, cidade que Carvalho Araújo considerou sempre como sua cidade de coração.
Foi em Vila Real que frequentou os ensinos primário e o liceu e foi nesta cidade também que, a 13 de Janeiro de 1906, viria a contrair matrimónio com Ester Ferreira de Abreu. Deste casamento nasceriam sete filhos, 3 rapazes e quatro raparigas.
Após concluir os preparatórios na Academia Politécnica do Porto, ingressou a 12 de Outubro de 1899, na Escola Naval.
Republicano convicto, amante da Pátria e com um carácter digno e muito recto, foi sempre um militar distinto e honrado, defendendo sempre os interesses da região de Vila Real e de toda a nação. A 30 de Junho de 1911 foi eleito deputado à Assembleia Nacional Constituinte, pelo círculo de Vila Real e, no mesmo ano, a 25 de Agosto, eleito deputado do Congresso da República Portuguesa.
Os seus discursos, ardentes e cheios de esperança, levavam ao delírio os ouvintes que o chegaram a levar em ombros.
Apesar de se afirmar maçon, Carvalho Araújo, um livre-pensador, expressava a sua justiça, objectividade e respeito pelos direitos humanos de todos os cidadãos.
Figura serena e extremamente disciplinada, nunca recusou nenhuma ordem de serviço, impostas superiormente, mesmo que essas colocassem em risco a sua saúde e até a própria vida, como viria a suceder.
Raramente tinha tempo para se despedir da família, de beijar os filhos, quando partia em mais uma missão.
Entre 23 de Dezembro de 1914 e 4 de Agosto de 1915, fez parte da coluna expedicionária ao sul de Angola, comissão essa que, por motivos de saúde, viria a interromper. Foi aqui agraciado com a medalha de prata comemorativa das campanhas do exército português.
A 17 de Julho de 1916 iniciou serviço na esquadrilha de patrulhas de defesa do porto de Lisboa e por Decreto de 16 de Agosto, foi nomeado comandante do caça-minas Manuel de Azevedo Gomes e encarregue do serviço da primeira parelha de caçadores de defesa desse mesmo porto.
Foi então nomeado Governador do distrito de Inhambane, Moçambique, onde exerceu as suas funções de Janeiro de 1917 a Junho de 1918. Por motivos de saúde, foi obrigado a regressar a Lisboa, tendo tido direito a 60 dias de licença para tratamento, concedida no despacho de 26 de Junho.
Terminada a licença, foi, mais uma vez, incumbido do serviço de esquadrilha de patrulhas, tendo-lhe sido confiado o comando do caça-minas Augusto de Castilho.
Na madrugada de 14 de Outubro de 1918, num magnífico e corajoso combate contra um submarino alemão, Carvalho Araújo foi atingido mortalmente pelos estilhaços de uma granada, perdendo a vida e ganhando o estatuto de Herói.
Vida Pessoal
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